quinta-feira, 13 de agosto de 2009

FIGURAS FOLCLÓRICAS

  1. "Lambreta” - Figura conhecida em Areia por gostar muito da “papuda brejeira”. Segundo informações contidas no livro “Intimidades do Brejo de Areia”, esta figura, foi uma das poucas que participou das festividades em comemoração à libertação dos escravos, realizada em 3 de maio de 1888, portanto 10 dias antes da assinatura da lei áurea, ocasião em que Areia deu esse exemplo de dignidade ao Brasil.
  2. "Lagratixa Barbada” – tipo meio carnavalesca, principalmente pela diversidade de cores de suas vestes, exagerada na colocação de laços no cabelo, colares, brincos e pulseiras, por isso mesmo, chamava a atenção de todos por onde passava.
  3. "Zé Buril" – Embora não existisse qualquer formalidade nesse sentido, nessa época em Areia, os pobres não se misturavam com os ricos e vice versa. No cinema a divisão era notória e até no passeio público durante a noite, os ricos ficavam na calçada do lado do Hotel Areiense e os pobres, do lado oposto, onde se localizavam a farmácia de seu Baracho e o posto de gasolina de seu Zábulom Maribondo. É bastante dizer que até o toque dos sinos da matriz de Areia, era diferenciado no caso do falecimento de um rico ou de um pobre. Zé Buril, o sineiro oficial da igreja, sabia muito bem executar os dois toques, sendo o dos ricos, é claro, mais vantajoso financeiramente. Daí surgir em Areia nessa época, uma quadrinha muito interessante sobre esse fato, cantarolada pelas pessoas, mais ou menos no rítimo que Zé Buril dava no toque dos sinos, no caso de enterro dos ricos:

    “Quem tá morto ta deitado,
    Quem ta vivo ta de pé,
    Zé Buril toca no sino
    Prá correr no carrocé”.

2 comentários:

Edmundo disse...

No passado,quando se tinha mais respeito pelo que vinha do lado religioso, conta-se que em Areia quando o sino começava a repicar, anunciando o ínicio da missa, sino este percussionado pelo saudoso Zé Buril, quem estivesse sentado nas mesas dos bares ficava de pé e em silencio ouvindo oseu badalá.
Na fase de criança, eu pedia abenção do padre que andava pelas ruas da cidade vestido com sua batina preta, um exemplo disto era o padre Lima.

Unknown disse...

Essa quadrinha do Zé Buril cantei muito!!
E ele, figura frazina ficava todo empoado no seu ofício que tão bem realizou...não conheci outro que tocasse assim o sino da Igreja.