quinta-feira, 13 de março de 2014

A LISTA

Voltei... Depois de tanto tempo eu voltei, e dessa vez vou tentar fazer uma trilha diferente. Vou parar em cada esquina para rever os amigos que em Areia deixei e ainda trazer comigo os amigos que assim como eu dali se foram, mas, nunca esqueceram as serras e as ladeiras da velha Bruxaxá.  

Se tudo é um sonho, tranquilo ou medonho, sem peso e tamanho, eu não me envergonho, com o fogo que ponho, feirante exponho, feijão, sal e cânhamo, por isso suponho, Maria e Tonho passando por lá. ( Tarcísio Laureano)



sábado, 23 de outubro de 2010

TUDO FOI TÃO DE REPENTE

A notícia chegou de repente e sem entender direito, eu fui engolindo palavra por palavra... Assim dizia ele(meu irmão): Foi feito uma ultrassonografia e foi detectado que ela está com o fígado crescido e uma inflamação no pâncreas.

Totalmente leiga sobre o assunto, não senti medo, até porque já ouvira falar que pancreatite só quem tem é quem ingere quantidade excessiva de álcool... E minha mãe nunca bebeu.

Por desencargo de consciência, pesquisei através do Google e qual não foi a minha surpresa, quando li o seguinte:

Inflamação no pâncreas é pancreatite. O pâncreas é um órgão situado na parte superior do abdômen, aproximadamente atrás do estômago e que só se adquire pelo uso abusivo do álcool ou através de cálculos na via biliar.

Até aí,procurei me tranqüilizar na certeza de que além dela não beber não possuía cálculo na via biliar, já que há mais ou menos 2 anos atrás ela havia sido isenta de tais cálculos mediante uma cirurgia de vesícula.

Continuando, porém, a minha pesquisa eu constatei alarmada que na pancreatite, o principal sintoma é dor abdominal. A dor é geralmente localizada próximo “da boca do estômago”, podendo espalhar-se como uma faixa para os lados e para as costas. Hoje vejo com tristeza que a net, tem mais informação pra nos dar do que os médicos, os famosos “delinquentes de colarinho branco”.

Voltei ao passado e procuro recordar onde tudo começou... Há cerca de 3 ou 4 anos, minha mãe que sempre foi muito alegre, sorridente e dada à música, passou a ser uma pessoa que reclamava de tudo, medrosa e, principalmente dependente de mim.

Nesse ínterim ela se submeteu a uma intervenção cirúrgica... Tirou algumas pedras da vesícula... Mas, por outro lado, continuava reclamando de dores no abdômen, dores estas com os mesmos sintomas descritos acima como sintomas de inflamação no pâncreas.

Consultamos alguns médicos que só se limitavam a fazerem eletro cardiograma, já que ela informava que a dor se espalhava para os lados e para as costas.

Eu lembro que num certo final de semana na casa do meu irmão, ela foi acometida das tais dores, ocasião em que ele financiou alguns exames, cujo resultado foram todos normais, já que os incompetentes médicos consultados faziam girar tudo para o problema pressão e coração.

Lúcida, bem conservada e cheia de vida, ela mesma, acreditava tratar-se aquele incomodo, de problemas da idade, até que, num dia fatídico aquela dor abdominal, a qual ela havia se acostumado a conviver, cujo lenitivo eram alguns chás ou analgésicos, chegou de forma tão insuportável, que fomos obrigados a interná-la.

E aquela criatura que me colocou no mundo e que já fazia parte do meu ambiente com todos os seus defeitos e virtudes, foi definhando dia após dia sem que eu pudesse fazer nada, porque tudo que os médicos disseram não me convenceram nem vão me convencer jamais.

A médica que “cuidou” dela, havia decidido mudar a medicação aplicada a ela, somente após ter tido uma conversa com uma certa senhora amiga minha da mais alta sociedade Pessoense. Tarde demais. Antes disso, minha mãe, internada há oito longos dias, se foi “abruptamente” para nunca mais voltar.

A pergunta que não quer calar é: Se era possível mudar aquela medicação, por que então, ela não mudou antes, se até meu irmão se ofereceu para comprar medicamentos se fosse necessário?

A perda de meu pai foi dolorosa e levou metade da minha alegria. Mas, a perda da minha mãe deixou em mim um estado de profunda agonia. E nessas horas eu trago a memória um texto que a minha filha Dora, postou em seu blog por ocasião da morte do seu tio Francisco Casado em novembro de 2008. O texto tem como título:

Abruptamente (?!)

Tanta coisa por fazer. Tantos compromissos a cumprir. Tanta gente pra visitar. Tanto trabalho por concluir. Tantos desafetos para resolver. Tantas alegrias para viver. Tanto amor para dar... Até que ela apareça. E quase sempre sem avisar. Abruptamente. Não deveria ser tão inesperada assim, mas sempre é. Sempre temos a tola esperança de que há um modo de escapar dela.


Mas ela sequer pede licença. Não se incomoda com as formalidades do mundo. E não faz distinção alguma...


Deixa lacunas que não mais serão preenchidas. Deixa lembranças. E ironicamente os que distribuíram mais afeto e beleza, são os que deixam os maiores rastros de dor. Essas coisas fazem parte do “kit” da morte. E ninguém escapa.


Cada vez eu entendo menos. E cada vez eu percebo mais que nunca estarei preparada para ela. E não adianta dizer “heróica e bravamente” que não se teme a própria morte. Eu também não temo. Mas aí talvez esteja uma grande prova de covardia e egoísmo, porque sofre mais quem continua aqui na completa ignorância. Ninguém sabe o que há por trás da morte. Especula-se muito. Cada crença tem uma filosofia. Mas saber de verdade, ninguém sabe. Não tem como saber.


Quem fica, vê também que a vida continua apesar de tudo isso. Que amanhecerá um novo dia, como sempre. As pessoas ainda sorriem e se alegram. E as ruas estarão cheias de gente como antes. Está tudo igual. É como se aquilo não tivesse importância... aquela ausência não significa muito para o andamento do mundo.

O tempo não dá trégua, não faz pausas e é esse mesmo tempo que traz a cura, que traz consolo e alívio. Mas não sei bem se isso faz dele um vilão ou um mocinho... porque em breve essa ausência causadora de tantos lamentos será somente uma lembrança.

Outras vidas começam. Outras coisas acontecem. Novas alegrias surgem. E tudo vai se renovando aos poucos, até que um dia, talvez o motivo de todas essas lágrimas derramadas seja esquecido.


Eu não entendo muito bem, e tampouco gosto dessa idéia, mas sei que é assim. Sempre é assim. A morte, o tempo e o esquecimento são aliados fiéis. E eu não sei se isso é bom ou mau. Só sei que estou cansada”.

Eu também me sinto cansada!

Quem, porém, não conhece a perda de um pai ou de uma mãe, ainda não conheceu a dor do desamparo...

É um riso que ecoa no vento... É uma saudade dolorida dos momentos vividos em meio aos bons e aos maus momentos...

Eu e minha mãe

Ela e Edmundo

AnaXAna

Dora, minha filha e Ela

Ela e W, meu genro

Trek, meu segundo e ela

Isadora, minha segundinha e ela

E finalmente, ela e eu

Mãe é uma só... diz a sabedoria popular... E no meu caso...A minha era mais que mãe... Ela era companheira... Era filha ranzinza, cheia de travessuras, mas que ria um riso solto embalado ao som de uma música muitas vezes longe, mas que a deixava sempre feliz.

Com ela eu aprendi muito sobre a fé... Aprendi a ser solidária, a ser desprendida... A dividir... A dar aos filhos sem esperar de volta... Enfim, aprendi o valor da amizade e da relação familiar.

E novamente estou eu aqui... Relatando tudo isso neste cantinho, exatamente por que para sua última morada ela fez “Trilhas de Areia”.

Nós nunca iremos esquecê-la... O vazio da sua presença em nossa casa é uma constante na nossa lembrança. Somente o Espírito Santo de Deus, que intercede por nós com gemidos inexpremíveis haverá de nos consolar na doce esperança de nos encontrar um dia na grande mansão celestial.

Descanse em paz!!!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

MAJOR EDMUNDO ALVES


Abro espaço mais uma vez neste cantinho, para deixar registrado alguns vídeos que perpetuaram o nome de mais um ilustre areiense. Desta vez, trata-se do meu irmão e camarada, o maestro amigo, Major Edmundo Alves. É com orgulho santo, que assim o faço.

Desde os tempos antigos ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, e olho nenhum viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam." (Isaías 64.4).

A declaração do profeta Isaías nos traz conforto até os dias de hoje. Quando lemos um versículo como esse, nossas forças são renovadas, pois sabemos que nosso Deus não nos pede nenhum sacrifício. Ele não barganha nem negocia seu amor e seu cuidado. Ele é o Deus que dá aos seus amados enquanto eles dormem. E, você, meu irmão, é amado do Senhor.

Em sua primeira carta aos Coríntios o apostolo Paulo ratifica as palavras do profeta dizendo: “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam"(I Coríntios 2:9).

Tenho visto isso na sua vida, Edmundo. Voltando ao tempo de criança, vejo você, já cheio do talento que Deus lhe deu, emitindo pequenos sons em uma mangueira com um funil na ponta. Incentivado pelo nosso velho pai, que não lhe deixou desistir, você lutou... Você sofreu. As dificuldades foram muitas... A caminhada foi pesada. E se você pensou em desistir eu não sei... Se espinhos feriram seus pés, eu também não sei... Mas, eu sei que a sua coroa de vitória estava guardada por aquele que não dorme...E, hoje você também como Paulo, pode dizer que “as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam (I Coríntios 2:9).

Parabéns mano!

A Bíblia também registra em Eclesiaste 4:12 que " o cordão de três dobras não se quebra tão depressa". Que você caminhe cada vez mais em busca do sucesso, levando em sua companhia, seu talento e a pessoa do Senhor nosso Deus, na certeza de que um cordão de três dobras não se quebra facilmente. Que venha os ventos, que venha os terremotos... As tempestades e as adversidades, mas, com o Senhor serás sempre vencedor.

Beijos no coração! E que Deus continue te abençoando poderosamente!








domingo, 15 de agosto de 2010

NÃO SEI POR QUE VOCÊ SE FOI

Hoje, mais uma vez eu voltei ao passado. Voltei a ser criança... Adolescente... Voltei a Areia. Hoje fazem, 85 anos que na pequena cidade de Areia nascia um homem de temperamento forte, mas, de coração generoso e que em meio as adversidades da vida sabia enfrentar tudo, com coragem e decisão. Quanta saudade! Como seria bom tê-lo aqui neste momento. Como seria bom vê-lo brincar com Guilherme... E coincidência ou não ele é do seu dia (15). Nasceu em 15 de maio. Hoje está completando três meses.

Há quem diga que “ninguém é insubstituível...”. Não concordo! Você é insubstituível! Ninguém jamais vai me falar como você falava... Ninguém, jamais vai me amar como você... Ninguém jamais vai ter a coragem que você tinha de me dizer a verdade e muitas vezes ferir meu coração apesar de me amar muito. Sim, pai, eu sei o quanto você me amava. E eu louvo a Deus pelo privilégio de ter tido você como pai.

Meu coração, neste momento, está tão triste e saudoso que faço minhas as palavras do poeta quando diz: Não sei porque você se foi ... Quantas saudades eu senti...E de tristezas vou viver...E aquele adeus não pude dar... Você marcou na minha vida...Viveu, morreu na minha história... Chego a ter medo do futuro...E da solidão que em minha porta bate...
E eu!Gostava tanto de você...

Ao mesmo tempo, no meu íntimo, eu me conformo por que sei em quem tenho crido e Ele é poderoso para fazer muito mais do que pensamos. Você lutou e se foi... “Combateu o bom combate, acabou a carreira, mas guardou a fé”, por isso, eu sei onde você está... Você foi receber a incorruptível coroa de glória, que Deus, justo juiz, tem guardado para os que o amam. E um dia, pela minha fé... Fé, que você implantou no meu coração desde a mais tenra idade eu vou encontrá-lo na morada celestial junto ao Deus todo poderoso por que eu sei que você o amava e o respeitava acima de todas as coisas. Obrigada pai, obrigada pelo exemplo de amor e fé que você deixou pra mim...
Sua Beba

quinta-feira, 15 de julho de 2010

EU E MEUS E-MAIL'S

Na realidade, este é uma relíquia e eu não poderia deixar de postá-lo neste cantinho. Trata-se, mais uma vez de um e-mail por mim recebido e fala de duas mulheres interesantísismas.
A primeira, confesso, se conheço, se é da terrinha eu não me lembro. Mas, a segunda, Avany de Medeiros Queiroz, esta sim... Esta eu conheço e é com muito orgulho que deixo registrado o fato neste cantinho para que interessar possa.
A matéria tem como título: Doceiras que valem ouroPublicado em 05.01.2010
Norma Maria do Carmo Almeida Costa, 72 anos, e Avany de Medeiros Queiroz, 80, são daqueles tipos de doceiras que não se encontram em qualquer esquina. A primeira, moradora do Recife, não domina apenas a arte de misturar açúcar, ovos, frutas, manteiga e leite de coco. Ela mesma faz os delicados embrulhos dos docinhos. Avany, que vive em Areia, Paraíba, é a única na cidade, tombada como patrimônio histórico nacional, que sabe o estica e puxa do ponto do alfenim, uma das mais trabalhosas e raras iguarias de açúcar do Nordeste.
O doce, para elas, é uma arte, e o preparo, um ritual. Para enrolar cem beijos, Norma corta com tesoura 1.500 rodas de papel e as transforma em cachos de flor. Cada cacho leva cinco rodinhas, que precisam ser torcidas 38 vezes, até ganhar forma. Preferida de Madalena Freyre (1921-1997), a esposa de Gilberto, ela conta que o doce predileto do mestre de Apipucos era o quindim. “Fiz muito para ele e continuo atendendo à família. Ano passado, preparei os docinhos dos 15 anos da bisneta dele.”
A especialidade de Norma, neta de portugueses e nascida numa família de doceiras, é a culinária pernambucana tradicional – bom-bocado, quindim, olho de sogra, passa recheada, bala de ovos, beijo. “Cada um tem seu sabor e todos são diferentes. O segredo da receita é usar ingrediente natural e saber dar o ponto”, diz, com a experiência acumulada em 44 anos. “Só faço bom-bocado com queijo do reino Borboleta e jamais troco a manteiga pela margarina. Uso 24 ovos no preparo de uma receita, se diminuir, altera o resultado.”
Ela trabalha sob encomenda, com a filha e uma ajudante antiga, que se encarrega de espremer o coco ralado num pano até tirar o leite puro. Tanta dedicação rendeu a Norma uma bursite e o braço direito mais grosso que o esquerdo. Mas não apagou o sorriso acolhedor. Os doces circulam no mercado local e no internacional. “Envio para Brasília, Barcelona, Estados Unidos e Canadá.”
Avany também espreme o coco num pano para extrair o leite que leva ao fogo brando com açúcar e gotas de limão. “Não pode mexer, só esperar ferver”, ensina a diretora de escola, aposentada, que mora sozinha e aprendeu a receita de alfenim com uma cunhada.
Com uma colher, apanha um pouco da mistura e derrama na água. “Aperto o pingo entre o polegar e o indicador. Se tiver durinho, é hora de tirar do fogo e esperar esfriar.” É quando ainda está morna que dona Avany começa a sovar a massa, esticando e amassando até ficar “no ponto”. A receita ela não repassa mais. “As pessoas não acertavam e me acusavam de explicar errado.” Como também não vende, Avany presenteia o padre da cidade, Adauto Tavares Gomes, com todo o alfenim que faz. “É o melhor que já comi”, elogia o religioso.
A mesa farta de doces trabalhosos, e também de pratos salgados, nas casas brasileiras é o retrato da civilização do açúcar, diz a antropóloga Fátima Quintas, da Fundação Gilberto Freyre. “É um sinal da escravidão, havia mão de obra à disposição das famílias para o preparo das comidas. As escravas passavam tardes inteiras mexendo nos tachos de doce e batendo bolos. É uma mesa diferente da europeia, onde não existe a figura da empregada doméstica como aqui”, compara.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

SOMOS INSUBSTITUÍVEIS SIM!


Recebi em um e-mail e achei tão interessante que resolvi postá-lo neste cantinho para sua reflexão.
Na sala de reunião de uma multinacional o diretor nervoso fala com sua equipe de gestores.
Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um ameaça: “ninguém é insubstituível”.
A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada.
De repente um braço se levanta e o diretor se prepara para triturar o atrevido:
- Alguma pergunta?
- Tenho sim. E o Beethoven?
- Como? – o encara o gestor confuso.
- O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substituiu o Beethoven?
Silêncio...
Ouvi essa estória esses dias contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso.
Afinal as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas, no fundo continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que, quando sai um, é só encontrar outro para por no lugar.
Quem substituiu Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Garrincha? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Pelé? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Zico (até hoje o Flamengo está órfão de um Zico)?
Todos esses talentos marcaram a história fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem, ou seja, fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis.
Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar em como desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes e não utilizando energia em reparar seus ‘gaps’.
Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, Elvis paranóico… O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seustalentos.
Cabe aos líderes, mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto.
Se ainda estamos focado em ‘melhorar as fraquezas‘ de nossa equipe corremos o risco de sermos aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por ter nariz grande. E em nossa gestão o mundo teria perdido todos esses talentos.
Nunca me esqueço de quando o Zacarias dos Trapalhões ‘foi pra outras moradas’; ao iniciar o programa seguinte, o Dedé entrou em cena e falou mais ou menos assim:
“Estamos todos muito tristes com a ‘partida’ de nosso irmão Zacarias… e hoje, para substituí-lo, chamamos:.. Ninguém… pois nosso Zaca é insubstituível”
Portanto nunca esqueça: Você é um talento único, ninguém te substituirá!
“Sou um só, mas ainda assim sou um. Não posso fazer tudo, mas posso fazer alguma coisa. Por não poder fazer tudo, não me recusarei a fazer o pouco que posso. O que eu faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor.” (Madre Teresa).

domingo, 11 de abril de 2010

MOTIVAÇÃO

Confesso que por muito tempo, estava me sentindo um tanto desmotivada. Até que vi a história de uma família de refugiados do Leste europeu, que, forçados a sair de casa por tropas invasoras, perceberam que a única chance de escapar dos horrores da guerra era atravessar as montanhas que circundavam a cidade. Tinham certeza de que estariam a salvo num país vizinho e neutro, caso conseguissem fazer a travessia. Mas o avô não estava bem e a viagem seria dura.
- Me deixem para trás – pediu ele.
- Os soldados não vão se importar com um homem velho como eu.
- Vão sim – disse o filho.
– Para o senhor será a morte.
- Não podemos deixar o senhor aqui, papai – reforçou a filha.
– Se o senhor não for, então nós também não vamos.
O idoso finalmente cedeu e a família, composta de umas dez pessoas de diversas idades, inclusive uma netinha de um ano, partiu em direção à cadeia de montanhas que se via à distancia. Caminharam em silêncio, revezando-se para carregar o bebê, o que tornou mais difícil a subida do desfiladeiro. Depois de várias horas, o avô se sentou numa rocha e deixou pender a cabeça.
- Continuem sozinhos. Não vou conseguir – disse.
- Vai, sim – encorajou o filho.
– Tem de conseguir.
- Não – disse o avô.
– Me deixem aqui.
- Vamos – disse o filho.
– Precisamos do senhor, é sua vez de carregar o bebê. O homem levantou o rosto e viu as fisionomias cansadas dos demais. Olhou para o bebê envolto num cobertor, agora no colo de seu neto de treze anos, um menino magrinho.
- Claro – disse o avô.
– É a minha vez. Vamos passem o bebê para mim.
– Ele se levantou e ajeitou o bebê no colo, olhando seu rostinho inocente. De repente, sentiu uma força renovada e um enorme desejo de ver sua família a salvo numa terra em que a guerra seria uma memória distante.
- Vamos – disse ele, com determinação.
– Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando.

O grupo prosseguiu, com o avô carregando o bebê. E, naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo, inclusive o avô.

O que aprendi com isso? Aprendi que a motivação faz com que a gente reúna forças que nem imaginava ter para seguir em frente. E, é em meio às adversidades da vida que ainda reuno forças para a chegada de Guilherme, meu netinho tão desejado. Quando muitas mulheres se sentem decepcionadas pelo fato de serem avós(situação constrangedora para quem não aceita a velhice), eu, ao contrário me sinto feliz e motivada pelo amor duas vezes materno. Que esta sementinha... “Esse sublime botão”, como a mãe dele o chama desde que era apenas um zotinho, venha trazendo muita paz, e que Deus nos conceda a ventura de vê-lo crescer cheio de graça, sabedoria e beleza.
Seja Bem vindo Guilherme e Que Deus o abençoe!