segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MULHER MACHO SIM SENHOR

A Bíblia trás uma história que sempre me chamou muita atenção. Esta história está registrada em II Reis 4:8-37 e dela poderíamos tirar várias lições. Eu, porém, me detenho apenas no fator fé da sunamita.
No texto, o nome dessa mulher não é mencionado, ela é apenas conhecida como “sunamita”, uma referência da cidade de Suném onde morava com seu marido. Suném quer dizer, lugar de repouso, localizada a sudeste do mar da Galiléia entre os montes Gilboa e Tabor, na planície de Jezreel, herança da tribo de Isaacar.
Naquele tempo, o profeta Eliseu, exercia seu ministério por essas terras, e, na ocasião em que visitava a cidade de Suném, foi notado por esta mulher e seu marido que ao olharem para o profeta o identificaram como sendo um "Homem de Deus". Dessa maneira, além do pão diário que lhe ofereciam, esta mulher junto com o seu marido, ofereceram a Eliseu um pequeno quarto para que o mesmo estivesse descansando de suas viagens quando passasse por Suném. Em conseqüência da atitude da Sunamita e de seu esposo, o profeta agradecido, pergunta o que ele poderia fazer por ela. Seu moço, ou seja, seu serviçal, Geazi, percebe que apesar de muito rica, aquela mulher ainda não possuía filhos. Eliseu então a chama e cheio da autoridade dos céus, ministra sobre a mulher uma palavra profética, dizendo que dentro de um tempo determinado Deus estaria concedendo-lhe um filho. Pouco tempo depois, a Sunamita é agraciada com um filho conforme a profecia de Eliseu.
Decorrido alguns anos, o menino estava junto com o seu pai e os segadores quando começou a sentir fortes dores de cabeça. Alguns teólogos acreditam que pelo forte sol daquela região, talvez o menino tenha sido acometido de insolação. O fato é que imediatamente o pai do menino pediu a um moço que o levasse à sua mãe. Junto de sua mãe aquele menino morreu... É costume universal chorar e se desesperar quando se perde alguém. Mas, aquela mulher teve uma atitude que até então, eu não havia visto em ninguém. Ela sobe até o quarto do homem de Deus, deposita a criança em sua cama, reúne os empregados, prepara jumentas e sai a procura Eliseu.
Chegando ao Carmelo, Eliseu a avista de longe e manda Geazi perguntar se tudo estava bem com ela.“Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com o teu filho? E ela disse: Vai bem”II Reis 4: 26.
Muitas vezes agimos assim também: dizemos que tudo está bem quando na verdade não estamos bem. A Sunamita disse que tudo estava bem quando, na verdade, o seu filho estava morto.
Por que estou me reportando a este texto neste momento? Por que neste momento, existe uma mulher, areense, mulher guerreira, que luta dia após dia por um fio de vida. Quando olhamos para ela, percebemos muita dor e muito sofrimento num misto de alegria quando nos ver ao seu lado, e saudade... Reconhecimento de quem está prestes a fazer uma viagem sem volta.

Trata-se da minha tia Luzia Alves. Tia Ló, como a chamamos. Areense, de pequena estatura, mas de coração generoso... Mulher guerreira... Mulher corajosa(como dizem de nós as nordestinas), “MULHER MACHO SIM SENHOR!” Que não se intimida diante das dificuldades, mulher lutadora... Mulher mãe... Mulher que mesmo em meio a adversidade, tem a força e a bravura para dizer: Eu estou bem.
Como a sunamita, minha tia sabe que os que estão ao seu redor não tem condição de resolver o seu problema. Nenhum de nós tem o poder de suavizar a sua dor, por isso, sempre que questionada sobre seu estado de saúde ela responde que está bem. Creio eu, no entanto, que no silêncio de suas noites mal dormidas, ela fala com aquele que pode todas as coisas... Que entra onde o homem não pode entrar e que disse: Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:18).

E ali sozinha, no mais amargo de sua dor, ela suplica e exclama: SENHOR, EU NÃO ESTOU BEM... Sara minhas feridas... Faz um milagre em mim!
À você, tia Ló, o meu muito obrigada, pelo exemplo de coragem, determinação e amor, que está deixando para cada um de nós!
Sua Beba.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

CONTINUAÇÃO DO DESABAFO DE ANTONIO MATIAS

Fiquei um pouco pesaroso após criar aquele mail sobre as escolas que passei em minha querida Areia e que não conclui mais vou fechar agora. Reprovado, não tinha mais como matricular-me em canto nenhum. Foi aí, que veio a luz do meu futuro, o nosso FERNANDO PEIXE que de pronto me conseguiu um colégio em J.P. Me mandei, sofri prá Por. passei ano após ano com média acima da media e conclui o que estava fazendo. Dai veio o melhor, tinha que trabalhar e quem me deu um emprego? Mais uma pequena história, numa festa da padroeira em Areia em que o pavilhão foi em frente a padaria de Sr. Edgar estava eu Cacau Nesio e Newton sentadinhos tomando uma cerverjinha quando falei no assutnto do emprego dai eles e de pronto disseram fala com Pêu Perazzo dai não lembro bem parece que fui eu e Cacau no dia seguinte ao encontro a Pêu e êle de pronto se ofereceu a falar Bonifacio Rolim que diretor da SAELPA me garantiu um emprego até 10 anos atraz e estou aposentado. Tenho essa gratidão a MEUS AMIGOS CITADOS obrigado por voces existirem . Romulo vou escrever um livro primeiro que você ta vendo? k k k k k k k k k k k kk

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DESABAFO DE UM AREIENSE

Mais uma vez, abro espaço neste cantinho para postar um texto que não é meu. Isso, no entanto, tem uma explicação: A pessoa que me enviou em forma de e-mail, é o meu amigo/irmão/camarada, Antonio Matias, o China. E em se tratando de alguém da terrinha resolvi postá-lo aqui, em prol da atenção e carinho que o mesmo sempre me dedicou. Assim escreveu o meu amigo:


Sei que voces podem ter essas lembranças mais não custa nada rever.Interessante em Areia estudei no primarário e ginasio mais que voces e não sai da primeira série, veja bem; Estudei na Escola Paroquial,no Grupo Escolar Alvaro Machado, Ginasio Coelho Lisboa, Escola de Comercio 7 de setembro ,Colegio Estadual de Areia terminei deportado por D.Violeta prá J.P. Fora alguns professores que tive por fora NÃO DIGA NADA OU RIA K K K K K K K sim e os professores tive tantos que perdi as contas k k k k k k k lembro de alguns com carinho e saudade outros sem magua pois acho que não fui bom estudante mesmo, achei bom porque em J.P. passei por cima de tudo, tambem com tudo que aprendi lá, já era doutor aqui kKKKKKKKKK Desculpem essa baboseira toda. Esse instrumento é prá gente comversar mesmo mais vejo que até oi é dificil, tem pessoas entre nós, que não se vêa xxxx anos e não diz nem oi, é dificil né dificil é feio mais tá certo. Acho.


domingo, 18 de outubro de 2009

GERIATRA

Os geriatras, médicos especializados na saúde das pessoas com mais de 60 anos, começam a ser procurados por pessoas cada vez mais jovens. O principal interesse desses pacientes a princípio deslocados é saber o que podem fazer agora para ter uma velhice saudável lá na frente.

E foi o que aconteceu comigo. No intuito de ter uma velhice saudável, procurei um desses especialistas, até por que, aprouve a Deus que minha mãe, já com 82 anos viesse morar comigo e eu tenho sempre pedido a Deus nas minhas orações que me ajude a ajudá-la a ter dias longos e estáveis nesse período tão crítico da vida de todo ser humano – “ A velhice”.

Ali chegando, comecei a observar as pessoas e pude testemunhar do sofrimento de todo aquele que se dispõe a cuidar de uma pessoa idosa, o que para mim só tem sido possível pela misericordiosa graça do Deus a quem eu sirvo.
A primeira experiência que Deus colocou diante de mim, foi a de uma senhora da idade da minha mãe que como um pássaro “Ferreiro”, gritava sem parar, pela filha durante todo o tempo em que estivemos ali. Horas em que ela pedia a filha em alta voz, uma “marrafa” para o cabelo... Horas, ela gritava pedindo os óculos, água, comida ou para ir ao banheiro sem que houvesse necessidade de nada daquilo.

De tanto aquela senhora, gritar o nome da filha, eu pude assimilar como a filha dela se chamava e a indaguei a respeito, no que ela me respondeu que aquela cena se repetia durante todo o dia e a noite, já que a mãe só conseguia dormir duas horas ou menos que isso, durante a noite. Ela ainda me informou que a mãe ainda a agredia, de forma física ou em meio a palavrões. Mal ela terminou de pronunciar estas palavras, aquela senhora, começou a falar de suas próprias partes íntimas de forma assustadora, enquanto a filha públicamente envergonhada, cuidava da mãe com o maior esmero.

Outro caso que me chamou bastante atenção, foi o de outra senhora acompanhada pela filha e o genro. Esta, era uma mulher de 87 anos, mas, com aparência muito mais jovem que a primeira. Segundo o genro daquela senhora, por muito tempo ela ficou sem enxergar motivada pela catarata. (Com algumas exceções, o surgimento da catarata faz parte do processo de envelhecimento, reduzindo a qualidade da visão). E, conforme, a filha daquela senhora, havia mais ou menos um mês que ela se submetera a uma cirurgia, a qual foi um sucesso. Porém, um grande problema havia surgido após aquela cirurgia... Quando foi oferecido aquela senhora, um espelho para ela se olhar, a mesma começou a gritar enfurecida, passando a agredir o medico por achar que havia sido ele(o médico), o autor de todas as suas rugas.

Gente! Pode ter certeza, que eu saí dali louvando e agradecendo a Deus, pela vida da minha mãe. Agradeço a Deus pelo benefício dELE ter até hoje conservado a saúde da minha mãe. Por ela ainda tomar seu banho sozinha, por ela se alimentar sozinha, por ela não precisar usar fraldas descartáveis e por ela estar sã e consciente aos 82 anos de vida.

Obrigada meu Deus. Que o Senhor renove as minhas forças a cada amanhecer e me conceda o privilégio de ter saúde suficiente para cuidar da minha mãe até quando o Senhor permitir

DESABAFO DE UM IDOSO

Você já foi criança um dia, mas os seus anos se dobraram e fizeram de você, um jovem adulto, e agora você me olha com certo desprezo, só porque muitos anos se dobraram para mim e, hoje sou um velho. Você observa minhas mãos trêmulas e encarquilhadas e se esquece que foram elas que ajudaram a acariciar as suas, inseguras na infância. Critica os meus passos lentos e vacilantes, esquecendo-se de que foram eles que orientaram seus primeiros passos. Reclama quando lhe peço para ler uma palavra que meus olhos já não conseguem vislumbrar com precisão, esquecido das várias palavras que eu repeti inúmeras vezes para que você aprendesse a falar. Fala da lentidão das minhas decisões, esquecendo-se de que suas primeiras decisões foram por elas balizadas. Diz que eu sou um velho desatualizado e sem estudo, mas eu confesso que pensei muito pouco em mim, para fazer de você, um homem de bem. Reclama da minha saúde debilitada, mas creia, muito trabalho foi preciso para garantir a sua. Ri quando não pronuncio corretamente uma palavra, mas eu lhe afirmo que esqueci de mim mesmo, para que você pudesse cursar uma universidade. Diz que não possuo argumentos convincentes em nossos raros diálogos, todavia, muitas foram às vezes que advoguei em seu favor, nas situações difíceis em que se envolvia. Hoje você cresceu e é um homem robusto e a juventude lhe empolga as horas, esqueceu-se de sua infância, seus primeiros passos, suas primeiras palavras, seus primeiros sorrisos, mas acredite, tudo isso está bem vivo na memória deste velho cansado, em cujo peito ainda pulsa o coração amoroso de outrora. É verdade que o tempo passou, mas eu nem me dei conta, só notei naquele dia em que você me chamou de velho pela primeira vez e, eu olhei no espelho, lá estava um velho de cabelos brancos, vincos profundos na face e um certo ar de sabedoria, que na imagem de ontem não existia. Por isso eu lhe digo meu jovem, que o tempo é implacável, e um dia você também contemplará o espelho e perceberá que a imagem nele refletida não é mais a que hoje você admira, mas você sentirá que em seu peito, o coração ainda pulsa no mesmo compasso; que o afeto que você cultivou, não se desvaneceu; que as emoções vividas, ainda podem ser sentidas como nos velhos tempos; que as palavras amargas, ainda ferem com a mesma intensidade; e que, apesar dos longos invernos suportados, você ficou frio diante da indiferença dos seres que embalou na infância. Por isso que lhe aconselho meu filho, não ria nem blasfeme do estado em que estou, eu já fui o que você é, e você será o que hoje sou.
A minha oração é que que você que está lendo este texto agora, seja solteira(o), seja casada(o), moça(o) ou aproximando-se da velhice, nunca apresse a estadia de seu pai ou sua mãe ao seu lado por nenhum motivo, porque amanhã poderá ser você.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CORAÇÃO DE NORDESTINO

Há alguns anos atrás, aprouve a Deus me levar para um seminário interdenominacional, precisamente do ministério JUVEP, onde a paixão predominante é alcançar os perdidos. Perdidos no mundo escravizado pelas drogas, pelos vícios, prostituição, crime... Ou seja, um mundo dominado pelo império do mal. E alí, naquela casa de profetas, Deus colocou no meu coração, também, o amor pelas almas em conflito, de maneira que a princípio eu pensei ir embora para um país africano onde nem se cogita o estudo e o conhecimento da palavra que salva e liberta o homem algemado pelos prazeres mundanos, conforme o evangelho de João 8:32.
Hoje, porém, ao visitar o blog do Sr. Everaldo Batista, onde ele enfatiza o amor por Missões eu voltei a me lembrar de algo que me aconteceu por ocasião de um avanço missionário no sertão do nordeste, onde pela primeira vez, eu ouvi a música, cuja letra posto logo abaixo juntamente com o vídeo da Banda Sal e Luz que dá uma interpretação surpreendente e com muita unção a letra em referência.

A letra desta música teve o poder de lavar a minha alma e falar ao meu coração de que o povo sofrido do nordeste também é carente desta palavra que sara, liberta e transforma a vida de todo aquele que mediante a fé, se decide pelo carpinteiro de Nazaré que com suas mãos furadas vai tocando e libertando todo aquele que se dispõe a colocar sua vida sofrida aos pés de Sua Cruz.


"CORAÇÃO DE NORDESTINO"

Vem Jesus liberte o coração do nordestino Do homem, do menino que nasceu aqui.
Vem Jesus transforme, mude sua história faz ele feliz!
Do menino que brinca de baleadeira, da mulher rendeira lá do Ceará...
Do homem boiadeiro que canta toada para não chorar...
A seca castiga e o gado morre, e o rio é dos olhos teus
Meu Nordeste carente, povo tão valente, Deus ama você.
Vem Jesus...
Ceará, Alagoas, Paraíba, Sergipe, Pernambuco, Bahia...Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão
Eita terra linda...Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão, Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória Pelo violeiro...
Vem Jesus...
Nordestino querido você que me escuta
Pelo Sertão, pela cidade Jesus Cristo deseja encher tua vida De felicidade...
Meu Jesus morreu também pelo Nordeste, pelo Sertão, Pelo Agreste, pelo sanfoneiro
Pelo homem sem escola, homem sem vitória pelo violeiro...
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Ministério Sal da Terra
Composição: Marcos André Fernandes

DOCUMENTÁRIO

Grande foi a minha emoção e felicidade, quando recebi por e-mail, o documentário abaixo do meu conterrâneo, ex colega de trabalho na velha SAELPA, amigo do peito, Antonio Matias, o China, como o chamávamos de forma amigável na nossa querida e saudosa terrinha.

De autoria de Rômulo Pina, o texto impressiona, não somente pela expressão de amor e saudade conforme foi escrito, mas, pela surpreendente memória do seu autor. Assim, sendo, é com muito orgulho, emoção e respeito, que passo a incluí-lo nas minhas trilhas, postando-o logo abaixo em toda a sua íntegra.

DOCUMENTÁRIO

Ainda menino,tenho belas e eternas lembrancas do Ginásio Coelho Lisboa(Tempo do Pe. Leticio), e depois Colegio Estadual de Areia, no tempo em que a nossa Diretora foi Dona Violeta Brito Lira.
Desde 1965 quando fui fazer o teste da Terrivel Admissao(Vestibular das Criancas) no Colegio Estadual que era vizinho a casa onde residia a Rua da Gameleira 499,recebi um convite do Prof. Fernando Peixe,tambem conhecido como Seu Mota,seu Mota Peixe,Prof.Fernando Peixe,Prof.Peixe,Seu Fernando,etc,para ser integrante da Banda Marcial do Colegio.
Naquela epoca eu bem franzino com apenas 11 anos de idade,havia passado no rigoroso Concursso de Admissao onde com muito orgulho, ia para a Primeira Serie Ginasial.De pronto aceitei o convite do Prof.Fernando Peixe,para tocar Corneta.
Como eu era naquela epoca(1965) o Mascote da Banda Marcial,a unica Corneta que existia era uma Corneta que todo mundo rejeitava,pois era velha,furada, e enferrujada,mas mesmo assim eu aceitei o convite,uma vez que o sonho de tocar na Banda Marcial para mim superava todos os limites impostos.Todo ano tiravamos em primeiro lugar no Concursso Paraibano de Bandas e Fanfarras,onde varias Radios Paraibanas transmitiam ao vivo o nosso belissimo Show.Era um orgulho para nossa pequenina e pacata cidade Areia conseguir tamanha facanha de seus filhos que tinham a frente a competencia e a honestidade de um Maestro que era considerado um pai para todos nos que se chamava Professor Fernando Peixe.
Como era bem fraquinho,nas duas primeiras semanas de tanto tocar Corneta,ficava com problemas de respiraco,e toda noite era um sufoco para conseguir dormir.
Como o Prof. Fernando Peixe era uma pessoa rigida,mas sobretudo compreensiva,expliquei meu problema para ele,e perguntei se nao podia tocar outro instrumento.Ele me disse que sim e arranjou uma Caixa-de -Guerra para mim.
Passei nao mais que um mes,e em seguida fui tocar Tarol.Tambem nao durou muito tempo para consseguir o instrumento ideal para mim que foi um Surdo.Neste eu passei muito tempo na Banda tocando,e em algumas evolucoes da mesma,fazia o papel de Surdo-Mor,tocando sozinho.As vezes acompanhava sozinho Tarolistas famosos como Hildebrando Marinho do Monte ,Hermano filho de D. Da Luz,Ze'Pequeno, e o nosso grande Banana(Filho de Sr. Antonio Apolinario)fazendo seus incriveis sons acompanhados com dificeis malabarismos que so'eles sabiam fazer.Este ultimo so'faltava morder ou engolir a lingua com tanta inspiracao que fazia...
Depois de passar por todos estes intrumentos,finalizei tocando por um bom periodo Bombo.
Tudo isto somou nada menos que 13 anos de Banda Marcial,desde da epoca do PELOTAO ELETRICO,ate' os idos de 1978,periodo em que conclui meu Cursso de Agronomia.
Mesmo curssando Agronomia,o Prof. Peixe me chamava para fazer parte da Banda e representar Areia em apresentacoes em outras cidades.
Recordo-me de muitos colegas da Banda desde o tempo de Pe. Leticio tais como:Gabriel Pince',Batista,Ze'de Souza(Cornetao),Toucha e Eleoterio(Tuba),Roney e Aderaldo(irmao de Ze'de Souza),estes tocavam Pratos,Corneteiros como Antonio Ribeiro(Tonhito), Ze'Lopes,Marcos Franklin,Fernandinho,Damasio,Nezio, Precocy e Jurandir Chaves,Leonardo Jardelino, Maciste,
,Macarrao,Salatiel Coelho,Aladim, Antonio Matias (o China),Antonio Gouveia (o Antonio de Ciro), Antonio Inacio,Caixas de Guerra como Mercedes,Antonio Acacio,Carlos Caldas e Toinho de Alcides Rosas, Saulinho e Alexandre Brito Lira,Tarol-Hildebrando do Monte,Ze'Pequeno, Banana,Aderaldo,Newton,Joao Barreto,Martinho e Nazareno Teotonio,Surdo-Nelmar Peixe,Crispiniano,Romulo Pina,Gilberto Simoes,Normando Perazzo,e Bombao-Ze'Maria,Marcelo Henrriques, Tida,Reginaldo Teixeira,Moacir de Joaninha,Luiziho,Normando Perazzo,Mario Ronaldo,Romulo Pina, e Crispiniano,dentre muitos outros amigos e companheiros que nao me recordo neste momento.
Recordo-me perfeitamente da Alvorada que era tocada em 4 vozes a partir da 4 horas da manha no oitao da Igreija da Matriz pelos melhores Corneteiros da Banda. no dia 7 de Setembro..Tonhito,Ze'Lopes,Fernandinho,Marcos Franklin,e Damazio,sob a regencia e coordenacao do nosso inesquecivel Prof. Fernando Peixe.
Uma das coisas que me chamava a atencao alem dos belissimos dobrados e dificeis evolucoes como o BAILADO dentre outras,era a introducao da musica A PONTE DO RIO KUWAIT,onde todos nos aniciavamos o show da BANDA MARCIAL,assobiando esta bela cancao.
A nossa apresentacao era encerrada com o Toque do Galope,forte,rapido,bonito,e arrazador!!!Era de arrepiar qualquer um expectador.
Recordo-me de Fatima Cardoso nossa colega de turma,que ficava a frente da Banda Marcial nos dias de desfile.,bailando.Sua beleza natural chamava a atencao de todos.

Desde a disputa politica entre Elson Cunha Lima e os Brito Lira,tendo D. Violeta a frente como nossa Diretora do Colegio Estadual desde o ano de 1965, sempre a partir dos anos 70 comemoravamos o dia 7 de setembro em nossa cidade com antecedencia de 1 semana.(Coisas de Politica Partidaria mesmo).
Como premio,todos componentes da Banda Marcial viajavam em um Onibus para a cidade de Catole'do Rocha-Pb ,e la'desfilavamos garbosamente no dia 7 de setembro,dando aquele particular Show de apresentacao com belissimos dobrados e evolucoes pela cidade.
A noite,todos ja'apresentados a Comunidade,era o momento de descontracao,onde iamos para a Praca principal da cidade,a procura de namoradas.Cada um que contasse suas facanhas e vantagens.
Muitos se davam bem,outros ficavam na espectativa de sobrar alguma coisa.Os mais espertos,garbosos e galanteadores,ficavam com as melhores meninas que por ali iam em busca de seu principe encantado.Era muito divertido.
Lembro-me muito bem do que o Jurandy Chaves (mais conhecido como Catota ou Popeye),filho do Sr. Derocy Chaves comentou,dizendo que tinha arranjado 3 namoradas na noite,e ainda tinha tomado a namorada do seu melhor amigo Macarrao.
O Luizinho filho do Sr. Lira, o conquistador e galanteador da turma,entrou pelo cano naquela noite.Alguem da turma saiu espalhando a noticia as meninas da cidade que ele estava tentando conquistar,que ele era muito enrrolao e enganador.Com esta fama em poucos minutos,o coitado deixou de competir com o Velho Catota e seu irmao Precocy,mais conhecido como Prea'.
A viagem de Onibus que durava quase 10 horas para ir e 10 horas para voltar de Catole do Rocha,era uma animacao geral,onde a batucada nao parava um so'minuto,e varios artistas,comicos e cantores ,entravam em cena.
Na volta,cada um que contasse as peripecias que aprontou com suas namoradas nesta viagem.

Por volta de 1969/70,a Quadra de Esporte do Colegio Estadual de Areia,foi construida pelos proprios alunos.
Recordo-me que a aula de Educacao Fisica sob a coodenacao do Prof.Peixe,era executada pelos seus alunos,os quais transportavam,pedras,tijoulos,ferros,sacos de cimento,areia,tudo para a contrucao da Quadra.
Eu e muitos dos nossos amigos trabalhamos duro na sua construcao.
Quando foi inaugurada,a Quadra que deveria ter o nome naquela epoca de Quadra Plinio Lemos em homenagem ao ilustre Deputado Estadual,por decisao da grande maioria dos Estudantes,foi mudada para Quadra de Esportes Prof.Fernando da Mota
Peixe,mediante varios protestos dos alunos,que nao admitiram a ideia inicial do titulo.
Merecidamente o nome do nosso inesquecivel Professor Fernando Peixe ficou para sempre na historia de nossa cidade.

Finalizando,gostaria de pedir minhas desculpas por nao ter mencionado mais nomes de pessoas que passaram pela Banda Marcial ou Pelotao Eletrico,o que torna-se dificil para mim me lembrar do nome de todos.
Caso as pessoas que receberem este e-mail possam acrecentar mais historias reais com nomes e fatos interessantes,seria importante acrescentar estas historias e relatos que fizeram parte e marcaram para sempre as nossas vidas ,em um documento maior.Para resgatar e refrescar um pouco nossas memorias de nada menos que 45 anos,escrevi este documentario.

So'tenho a agradecer a magnifica diciplina e educacao que tivemos desde o tempo do Pe. Leticio no antigo Coelho Lisboa,a D.Violeta Brito Lira e muitos outros Diretores que passaram pelo Colegio Estadual de Areia tais como :Jose Soares,Maria do Carmo Carneiro de Araujo(Carmu),Antonio Fernando C. de Araujo dentre outros,por terem se esforcado para manter a Ordem e a Diciplina Educacional em nossa querida Areia,terra da Cultura e do Turismo.

Um grande abraço saudosista para todos,
Romulo Pina


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

VIRTUDE E FÉ

Depois da minha decisão em seguir a Cristo, eu nunca me imaginei escrevendo algo que girasse em torno daquilo que fizesse mal ao organismo ou a qualquer outra coisa. Mas, afinal quer queiramos ou não, o mal existe e campeia o nosso planeta. Alicerçada, pois, nas palavras de Jesus em sua oração de consagração(Jo. 17:12-17) dias antes de sua morte na cruz, é que decidi escrever e postar o texto abaixo, por tratar-se na minha opinião, de uma das mais belas histórias de amor, de superação, de criatividade, de crença e de muita, muita virtude e fé.

Os protagonistas desta história se chamam Antonio Augusto e Maria Julia e a história é o relato de um sonho. Proprietários do Engenho Triunfo, que se localiza a seis quilômetros da cidade de Areia, o jovem casal de empreendedores tem muito a contar para quem visita as dependências de sua fábrica.


O relato é feito por uma esposa apaixonada, que por amor assumiu o sonho do marido e com ele foi às últimas consequências. Maria Julia fala que o sonho de Antonio Augusto era produzir a melhor cachaça de Areia, mas além de não ter recursos financeiros, não conhecia nada de cachaça... Após receber uma herança comprou uma moenda e um alambique e começou a produzir cachaça, a princípio muito ruim (conta Maria Julia que provava), mas depois com persistência e dedicação o processo foi devidamente corrigido e a boa cachaça que hoje se conhece, começou a ser fabricada. No meio desse percurso muito trabalho, pouco tempo para os filhos e muita, muita inteligência e criatividade... A venda começou com Maria Julia visitando cada estabelecimento; as máquinas que eram muito caras, Antonio Augusto mesmo fazia... O moinho de carne da mãe dele, virou máquina de tampar; a peça de bico de porco beber água nas pocilgas virou envasadora; a centrífuga da irmã virou máquina de polir garrafas; o pote de doce da mãe virou um lindo filtro de cachaça e a mesa de um frigorífico que nunca funcionou virou máquina de esterilizar garrafas... Hoje os quatro filhos estão crescidos e mergulhados no mesmo sonho, o mais velho faz Engenharia Química na UFCG e Química Industrial na UEPB, e conseguiu transformar a “cachaça de cabeça”, que antes se jogava fora, por conta do alto teor de cobre e grau alcoólico bastante elevado, em álcool combustível utilizado pelos carros da fábrica, e os demais já agregam valor ao negócio. Um negócio que conta com muitos empregos diretos e mais de duzentos indiretos, contribuindo com a cidade e o estado, que incentiva a produção da cana de açúcar pelos pequenos produtores, de onde compram, conscientizando-a de que o seu sonho hoje se multiplicou e alimenta muitas famílias naquela região. Se isso não for virtude e fé, realmente não sei mais o que seria.







domingo, 27 de setembro de 2009

RECORDAR É VIVER

A memória humana é capaz de armazenar bilhões de informações e graças a ela somos capazes não só de fazer algo, como também de relacionar as coisas entre si, de estabelecer associações, sem as quais seria impossível a própria sobrevivência.
A massa de informações que a memória humana grava equivale a 20 bilhões de livros. Mas é preciso que um fato mexa com as emoções para ser encontrado depois com facilidade nesse fantástico arquivo do cérebro. Foi o que aconteceu comigo hoje. Após alguns dias de ausência, totalmente sobrecarregada com assuntos da casa de Deus, algo mexeu com as minhas emoções, razão porque decidi postar o tópico anterior e o presente que também trata de um velho amigo e seresteiro do tempo, da “brilhantina” em Areia. Trata-se de Antonio Maia.

Casado com Dona Lourdes e pai de alguns filhos, Antonio Maia, era filho do casal Pautila e Manoel Maia, antigos proprietários da fazenda Pirauá, local em que por ocasião de algumas férias escolares, tive o prazer de passar várias e sadias temporadas. Na época, a fazenda era administrada pelos meus tios e padrinhos Carminha e Luis Correia, que talvez por não terem filhos dedicavam a mim e aos outros sobrinhos carinhos e atenção em demasia.

Foi, então, numa dessas temporadas que tive a oportunidade de conhecer de perto o saudoso amigo e seresteiro das noites frias e ao mesmo tempo aconchegantes da nossa telúrica terrinha, Antonio Maia.

E hoje, de fato, algo mexeu com minhas recordações e emoções, quando revi o vídeo que posto logo abaixo, feito em homenagem ao velho e amigo seresteiro, Antonio Maia.
Ainda bem, que “Recordar é Viver”!






"JAGUAR"

É com o coração cheio de saudades, que após um longo tempo ausente, volto a falar neste cantinho sobre alguns amigos queridos, em especial , Jose Garcia Filho, mais conhecido por “Juca” e o velho e inesquecível “Pedro Tavares”.

Existem pessoas que são inesquecíveis, e, a fotografia abaixo trás recordações de alguns amigos queridos de Areia, que assim perfilados, formam a Equipe do antigo time “Jaguar”, cujo principal cartola (embora não se faça presente na fotografia), era o querido e inesquecível amigo “Pedro Tavares”. O time tinha como líder, jogador e técnico, Lau Maurício, agachado logo abaixo e à frente da foto.

Entre outros, a foto trás ainda, a figura amiga e inesquecível de Juca, que muitas vezes, após um dia inteiro de trabalho no volante de um ônibus, ainda conseguia ser o mais destacado jogador do time, inclusive em preparo físico.

E é com muito pesar, que volto à minha adolescência querida, para recordar do trágico acidente que culminou com a vida desse exemplar rapaz, José Garcia Filho, o “Juca”. Muito amigo do meu também amado e inesquecível pai, eu recordo com pesar daquela fatídica noite em que meu pai adentra nossa casa em prantos, pela perda do seu querido amigo e companheiro de “romarias”, que faleceu precocemente de um acidente de trabalho, quando concertava o próprio ônibus em que trabalhava.

A toda essa equipe, retratada logo abaixo da esquerda para a direita em pé: Edvan,Hélio, Gilberto, Vitaliano, Juca, (Areiense) Didi e Amauri Bolinha, Presidente do Clube. Agachados: Abelardo, Mário, (Areiense) Geraldo Pedro, Lau (Areiense) e Pedro Japonês... Eternas Saudades aos que já não estão aqui e aos que ficaram meus sinceros cumprimentos!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

PALAVRAS PARA AQUECER A ALMA

Eu filei estas palavras da página de recados do Orkut de meu irmão, Edmundo Alves.
Por que estou postando-as aqui? Tem várias explicações:
Primeiro, por que a pessoa que as enviou é minha amiga do peito Fátima Cardoso. Segundo somos todos da terrinha, terceiro, são palavras que falaram muito ao meu coração, quarto, no meu blog http://bete-flordeliz.blogspot.com/, eu falo exatamente do valor da amizade, enfatizadas no final deste poema e finalmente, porque a menina do “Roubando Palavras”, (filha de uma orgulhosa filha da terrinha) indiretamente, me deu a idéia de roubar tudo que é interessante em matéria de “Palavras”, inclusive, neste mesmo cantinho, estarei também postando outras palavras, que tem como tema "Loucos e Santos", roubadas da tal menininha. Acha pouco?

Para cada palavra um sentimento

Para cada sentimento uma dor

Para cada dor uma flor

Para cada flor um amor!

Para o amor uma dor

Para uma dor uma esperança

Para esperança uma paixão

Para paixão uma ilusão

Para ilusão uma luz

Para uma luz o amanhecer!

Cada palavra tem seu sentido

Cada sentindo tem seu sentimento

Cada sentimento tem sua dor

Cada dor tem seu coração!

Cada coração tem seu dono

Cada dono tem um amor

Cada amor tem uma surpresa

Cada surpresa tem uma razão

Cada razão tem uma solução!

Para cada pessoa há um amor

Para cada amor há um coração

Para cada coração há uma vida

Para cada vida há uma esperança!

Para cada amizade um grande amigo!



Loucos e Santos

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."

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Oscar Wilde

domingo, 13 de setembro de 2009

DESFILE DE 7 DE SETEMBRO

Para nos aqui do Brasil o dia 7 de setembro significa o dia da Independência ou Dia da Pátria pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Muitas tentativas anteriores ocorreram e muitas pessoas morreram na luta por este ideal. Podemos citar o caso mais conhecido: Tiradentes, que foi executado pela coroa portuguesa por defender a liberdade de nosso país, durante o processo da Inconfidência Mineira.

Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes, nasceu na cidade de São João Del Rei em 1746. Exerceu diversos trabalhos entre eles minerador, tropeiro e alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais. Pelo fato de ter mostrado grande bravura e exercer sua labuta nas milícias que cuidavam da ordem pública na época do Brasil Colônia, por justiça foi aclamado como Patrono das Polícias Militares do Brasil.

E, após vários dias de silêncio, volto a falar neste cantinho, de um filho de Areia, que para mim é um dos mais ilustres. Trata-se do major Edmundo Alves, que com muito orgulho e esmero, lidera atualmente, a Banda de Música do Segundo Batalhão da Polícia Militar em Campina Grande, corporação da qual faz parte, motivo pelo qual à frente daquele batalhão abriu o desfile cívico e militar daquela cidade, conforme vídeos abaixo.

Quero aqui, pedir permissão ao ilustre major Edmundo, para oferecer esta sua brilhante vitória ao nosso amado e saudoso pai: José Antonio Alves "in memorian", o qual deveria estar muito feliz se aqui estivesse.

Bravos Major, e que o Senhor continue lhe abençoando dia após dia!






domingo, 30 de agosto de 2009

MALANDRAGENS DE PARRÁ

Conta-se que certa vez, Parrá foi levar um carta vinda do Rio de Janeiro a uma senhora que morava na rua de Jussara, na cidade de Areia. No percurso, ele observou que havia também algum dinheiro dentro do envelope. O destinatário, era uma senhora de idade avançada, muito dada, que ficou muito satisfeita com a carta da filha ausente. Parrá, notando que a senhora não sabia ler, ofereceu-se logo para isso, o que foi de imediato aceito pela senhora. Ele abriu o envelope, contou logo o dinheiro e na sequência passou a ler com bastante ênfase as notícias enviadas, e como eram boas, a senhora ficou muito feliz. Antes das costumeiras despedidas, Parrá, por conta própria fez o seguinte aditivo à carta aberta:
“Mamãe, estou enviando cinqüenta cruzeiros que são para a senhora, entretanto, peço que retire uma nota de dez cruzeiros e entregue a este pobre carteiro, pois ele muito merece. Nada mais da sua filha e um grande beijo”.
Sem nem pensar, a pobre senhora, passou logo a nota para o esperto carteiro leitor, que saiu todo satisfeito.

Em outra oportunidade, já aqui em João Pessoa, aconteceu um lamentável acidente no Parque Solon de Lucena, quando perderam a vida, dezenas de crianças e adultos, em um naufrágio no centro da Lagoa, por ocasião de um passeio oferecido às crianças em um barco militar de propriedade do exército. Nessa ocasião, segundo alguns amigos do nosso artista, ele estava passando por uma crise financeira muito ruim. Estava em débito com a maioria dos amigos e principalmente com dona Zefinha, proprietária de um botequim onde Parrá costumava fazer suas brincadeiras cotidianas. Aproveitando o acidente da Lagoa, Parrá pediu aos companheiros que avisasse a D. Zefinha que ele havia falecido também no tal acidente, de maneira que não havia mais nenhuma chance de quitar o débito com ela. Ao saber da notícia, Dona Zefinha ficou muito triste e comovida, pois embora ele fosse o cliente mais trabalhoso para pagar as contas, ela gostava muito de suas brincadeiras, de suas piadas, do seu jeito moleque e principalmente do respeito que ele demonstrava por ela. Por isso, não somente o perdoou, como a partir daquele dia passou a rezar por ele.

Passados alguns dias, Vinha Dona Zefinha ao entardecer passando pela lagoa, quando foi surpreendida pela presença de Parrá que despreocupadamente passeava pelo calçadão muito bem trajado, camisa aberta no peito e usando seu inconfundível chapéu de malandro. Ao se aproximar dele, foi logo indagando: “Como pode você está por aqui?”
Parrá sem demonstrar qualquer surpresa, foi logo se transfigurando, ficou com os olhos esbugalhados e com uma voz misteriosa falou: “eeeu moorrriii, eeeu moorriii, meu castigo é ficarrr eternamente arrodeando essa lagoa por causa dos meus pecados... e minhaaaaas díííviiidas...!

Dona Zefinha ao ouvir isso, ficou totalmente arrepiada , fechou os olhos por uns instantes, saindo em seguida completamente atordoada de volta para o seu barraco.
Nem santo escapava das malandragens de Parrá!

Conta-se que certa vez tendo se curado de uma grave enfermidade as custas de uma promessa feita a Nossa Senhora da Penha, cuja penitência era ir de joelho até o santuário da Penha localizado na praia de mesmo nome, distante dez quilômetros do centro da cidade de João Pessoa, onde deveria acender uma vela, fazer algumas preces e depositar uma ajuda para os necessitados da comunidade. A primeira coisa que Parrá fez, foi alugar um taxi na lagoa, mandar o motorista afastar o banco dianteiro para frente e ficando de joelhos na parte traseira do veículo, ordenou ao motorista que fosse até o santuário da Penha onde ele deveria cumprir o restante de sua promessa. Chegando no santuário, procurou uma vela usada, deixada aos pés da santa por alguém, e após acendê-la partiu para o local das ofertas, onde piedosamente colocou uma nota de cinco cruzeiros e de forma discreta tirou uma de dez como troco. Na porta da igreja, encontrou o padre da freguesia, manifestando nessa hora o desejo de se confessar. Apiedado, o sacerdote o conduziu ao confessionário onde após ouvi-lo, concedeu-lhe o perdão. Logo no início da confissão, Parrá dialogou com o padre sobre um certo tormento mental que lhe vinha incomodando, fazendo ao confessor uma pergunta por demais curiosa:
- “Seu Padre, uma coisa que eu nunca fiz e nem tenho vontade de fazer é pecado?”
- “Não meu filho, se você nunca fez nem tem vontade..., não pode ser pecado, em absoluto”.
“Graças a Deus seu Padre, o senhor me tirou um peso de mais de cem quilos da consciência, pois eu nunca paguei uma conta a ninguém, nem tenho qualquer vontade de pagar”. Sem deixar nenhum espaço para o padre se arrepender da absolvição prévia a ele concedida, Parrá levantou-se rapidamente do confessionário e saiu direto para a mesa da comunhão, de consciência tranqüila.

Era mais ou menos assim a personalidade de Parrá que fez muitos areienses sorrir acalentados pelo frio brejeiro da minha terra natal.

Bons tempos aqueles...

PARRÁ

E a cidade que viveu em meio ao carinho de seus filhos e da admiração de homens inteligentes, guarda, na austeridade de suas ruas, o eco do sorriso de homens e crianças que nos anos 60 tiveram o privilégio de conviver com a figura cômica de um cidadão chamado "Parrá".

Parrá, era um sujeito engraçado, antigo funcionário dos Correios, na função de carteiro e natural de Alagoa Grande.

Por ocasião de minha estada, aqui em João Pessoa pelos Correios e Telégrafos, onde gerenciei a agência de Correios de Cruz das Armas, fui informada de que Parrá, sempre gostou de trabalhar nas cidades do interior, pois ali era mais fácil de aparecer, tendo em vista o seu comportamento extrovertido.

De Parra, eu me lembro que, gostava de andar bem trajado, de preferência de palitó tipo esportivo, camisa estampada de cor forte, sapatos de duas cores, calças bem folgadas e um pequeno chapéu quadriculado. Bem penteado e de barba feita, impressionava pela sua aparência. Muito simpático, se comunicava muito bem e nunca contava choradeira, embora segundo os que lhe conheceram na agência Central de Correios, em determinados momentos de sua vida, tenha amargado situações um tanto difícil. Muito educado, respeitador e super inteligente. Um verdadeiro artista que gostava de organizar shows, onde apresentava-se desempenhando vários papéis, desde mágico até cantor, cujo estilo era “Jackson do Pandeiro”, seu conterrâneo, o qual interpretava muito bem. Por outro lado, era um exímio professor de malandragem. A ele são atribuídas muitas estórias interessantes, que na ilusão de não cansar meus visitantes, atrevo-me a postar algumas delas aqui neste cantinho.

sábado, 29 de agosto de 2009

CAMPANHA DO COBERTOR









Quem me conhece sabe que tenho muito frio. Talvez seja por isso que registro aqui nesse cantinho, a grande campanha do cobertor realizada recentemente em Areia, ocasião em que vários cobertores foram distribuídos às famílias carentes da nossa terra, expostas ao frio intenso que campeia toda área brejeira, principalmente neste período de julho a agosto.

Segundo a Chefe de Gabinete do Prefeito, Profª. Karla Viana, a prefeitura com a ajuda da pastoral, identificou as localidades mais carentes da cidade e funcionários da secretaria da Ação Social realizaram visitas às casas, distribuindo fichas, de acordo com a quantidade de moradores, e, com o apoio dos bombeiros voluntários da cidade realizaram a distribuição dos cobertores, conforme imagem acima, no recém inaugurado Espaço da Cultura e Arte, no centro da cidade. Os presidiários da cadeia pública de Areia também receberam cobertores.

Quero aqui manifestar os meus mais sincero parabéns a Prefeitura Municipal de Areia nas pessoas do prefeito Doutor Elsinho ladeado pela sua mãe D. Marília, sua esposa Dra. Sílvia Farias e a Chefe de Gabinete, Profª. Karla Viana, por tão abençoada iniciativa.

TEATRO MINERVA














O Teatro Minerva, inaugurado em 1859, com o nome de Teatro Recreio Dramático, constituía o orgulho dos habitantes de Areia, em especial dos membros da Sociedade Recreio Dramático que o construiu às suas expensas, iniciativa pioneira que precedeu em trinta anos o teatro da Capital.

Funcionava regularmente com representações dos conjuntos amadores locais e segundo informações, mesmo companhias famosas que se exibiam em Recife, iam até Areia, recebendo sempre muitos aplausos de um povo que tinha amor pela arte e pela inteligência. Localizado na Rua Epitácio Pessoa, S/N, o prédio de linhas simples, tendendo mais para o tipo clássico, apresenta na fachada principal três portas e mais acima duas janelas. Em relevo o nome Theatro Particular e a data de inauguração, 1859. Um frontão de formato triangular ostenta no tímpano, um ornato em relevo e mais acima uma decoração em caprichosas volutas no centro da qual há uma estatueta da deusa Minerva. Esta foi ali colocada por Horácio Silva, no início do século XX, quando na gestão do prefeito Otacílio de Albuquerque foram feitos alguns melhoramentos no prédio. A partir daí, passou a ser conhecido por Teatro Minerva. À entrada há um pequeno hall por onde se penetra na sala de espetáculo, de piso inclinado, em tijoleiras, com uma passadeira no centro. Do teto de madeira pende um lustre de ferro com seis braços.À volta, duas ordens de frisas, superpostas, de formato circular, em madeira, divididas por colunas simples do mesmo material. Há luminárias em forma de candeeiros ao longo das paredes laterais. Na parte posterior, por trás do palco, estão localizados os camarins ligados ao mesmo e aos corredores por duas entradas laterais.

O mobiliário um tanto rústico, foi todo renovado seguindo tanto quanto possível o modelo original. Durante algum tempo o prédio funcionou como cinema porém agora retornou à sua primitiva função.


Todo em estilo barroco, foi primeiro Teatro da Paraíba e preserva a arquitetura original até os dias de hoje. Por ele já passaram grandes nomes do Brasil, como a bailarina Ana Botafogo.

Durante o evento "Caminhos do Frio", em Areia, foram comemorados os 150 anos do Teatro Minerva, que durante a programação foi palco de várias apresentações teatrais e musicais, como: A Orquestra Sinfônica Jovem da UFPB, apresentação dos alunos da Escola de Música da Prefeitura de Areia, Orquestra Sivuca de Campina Grande e apresentações teatrais dos grupos de Areia, Grupo Gameleira e Recreio Dramático.

FIM DO BREGAREIA

Embora não seja muito da minha alçada hoje viver uma vida carnavalesca, foi um tanto frustrante, para mim, a notícia de que "os turistas que tinham como caminho certo no mês de setembro o ‘Bregareia’, uma espécie de carnaval fora de época, realizada na cidade de Areia, no Brejo paraibano, não vão contar este ano com o evento, tendo em vista a decisão do prefeito Élson da Cunha Lima Filho, em acabar com a festa que, segundo ele, perdeu suas características culturais ao longo de uma década.

“No momento que o país discute e planeja o sistema nacional de cultura e a cidade vive um dos melhores momentos no desenvolvimento da cultura e arte, não faz sentido o culto ao verdadeiro carnaval fora de época, que se instalava na cidade”, justifica.

Com o fim do ‘Bregareia’, avisa o prefeito Élson, um outro evento surge na cidade para animar a população e os turistas de um modo geral. Trata-se do Festival de Cachaça e Rapadura, que está garantido no calendário do mês de setembro. O evento, que será reforçado ainda com o I FestAreia, acontecerá no período de 25 a 27 do próximo mês, oferecendo toda uma infraestrutura de shows, inclusive com a presença de nomes da Música Popular Brasileira, a exemplo de Geraldo Azevedo, que já está sendo contatado pela Prefeitura, segundo informações do secretário de Turismo do município, Ney Vital.

O Festival da Cachaça e Rapadura e o I FestAreia, de acordo com Ney Vital, irão movimentar a cidade nos mesmos moldes que o ‘Bregareia’. Ele disse que a Prefeitura espera, durante a festa, reunir na cidade, cerca de 20 mil pessoas, que terão a oportunidade ainda de participar de um seminário de Cachaça de Alambique, que será realizado em parceria com o Sebrae/PB. O evento paralelo será destinado a empresários do setor de cana-de-açúcar e estudantes, que vão debater sobre o melhoramento do produto. A programação oficial já está sendo debatida e até o final deste mês, garante o secretário Ney Vital, será divulgada.

ESCOLA DE MÚSICA



Depois de uma semana de ausência, volto a este cantinho para falar de mais um extraordinário incentivo aos filhos da minha saudosa terra. Trata-se da Escola Municipal de música em Areia, conforme imagens acima.

A cidade sempre primou pela educação dos seus filhos e essa escola é mais uma amostra disso, principalmente se levarmos em conta que a cidade sempre foi uma terra de bons músicos, de estilos variados, mas, bons. O exemplo disso é a Banda da Cidade "Abdon Milanez", uma das mais antigas da Paraíba, fundada em 1847.

Segundo, informações da Prefeitura Municipal de Areia, a Escola Municipal de Música pretende valorizar a história e a tradição musical da cidade, onde as crianças e jovens possam através das aulas, aprimorar os conhecimentos para manter sempre vivo este patrimônio da cidade e do Nordeste ".

Dessa maneira, só nos resta parabenizar as autoridades areienses atuais, que tanto se empenharam para que hoje crianças, jovens e adultos da cidade de Areia, no brejo paraibano, tenham aulas gratuitas de música, tanto como forma de aprimorar o talento como para iniciação musical.

Outro fato que merece registro nesse cantinho é que a Câmara Municipal de Areia, Casa de Manoel da Silva aprovou por unanimidade, e o Prefeito Dr Elson da Cunha Lima, sancionou a lei nº 0737, de 17 de abril de 2009, que torna obrigatório a execução do hino da cidade de Areia nas emissoras de rádio local, no horário de meio dia (12:00h), como também no início das atividades diárias nas escolas da rede Estadual, Municipal e Particular existente em nosso município.

O hino da cidade de Areia foi composto na década de 1930, e foi oficializado através da lei nº 0728 de 28 de novembro de 2008. O objetivo da administração municipal é fazer com que a população conheça e se identifique com os símbolos do seu município. Com essa medida a cidade de Areia mais uma vez servirá de exemplo para as demais cidades da Paraíba e do Brasil, no incentivo a idéia de pertencimento, amor e orgulho da sua terra.

O Hino de Areia, que com orgulho deixo aqui registrado, tem letra de Arthur Rabello e música de Cidalino Fernades Pimenta e tem como título:


AVE AREIA

Diamante engastado na Serra,
Lapidada da chuva e do sol,
És Areia! Dulcíssima terra
Mais formosa que o lindo arrebol.

CORO
Flor do bosque, que um brejo circunda,
É perene O lençol d’água que te inunda.
Minha terra, de agrícolas flores,
És o ninho também de condores!
Minha terra, meu berço de amores,
És o ninho também de condores!
Doces sons de uma flauta inspirada
Sintetisas cidade-primor!
És sereia no brejo encantada
Cujo canto é um perigo de amor.

domingo, 23 de agosto de 2009

EXECUÇÕES A FORCA

Quem visita a brejeira cidade areiense, se surpreende pela infinidade de atrativos proporcionados pela natureza e revelados através de histórias centenárias. Trilhas, cachoeiras, museus, engenhos em pleno vapor e o aconchego de um povo hospitaleiro seduz os visitantes do lugar, que aproveitam o clima ameno para descobrir os encantamentos de uma terra cheia de lendas, mas também de memória viva das histórias do passado.

Muitos, porém, se surpreenderiam se soubessem que Areia foi o único município da Paraíba onde a forca se ergueu e funcionou, não para executar presos políticos, mas para presos comuns, condenados à morte pela justiça local.

Segundo artigo da Prefeitura Municipal de Areia, o patíbulo(estrutura, tipicamente de madeira, usada para a execução por enforcamento), foi erguido nas imediações do matadouro público, inaugurando-se em 1847. Compunha-se de dois pesados esteios de madeiras fincados ao solo e ligados no alto por espaçoso travejamento. Havia ainda a escada por onde subiam o condenado, o carrasco e o sacerdote.

As execuções eram envoltas em um complicado cerimonial – o condenado era conduzido à igreja onde ouvia a missa até a recitação do credo quando então se formava o cortejo fúnebre composto por autoridades civis, militares, eclesiásticas, a tropa, o povo e até as escolas públicas com todos os seus alunos e professores (os quais na volta aplicavam em cada aluno meia dúzia de bolos para lhe servir de lição). A procissão partia lentamente até o campo da execução (antigo Grupo Álvaro Machado, hoje Colégio Estadual de Areia), parando de espaço a espaço para que o meirinho lesse a sentença e apregoasse em altas vozes; - Que morra de morte natural no lugar da forca! O carrasco era escolhido entre os presos, já condenado, que era tirado da cadeia e obrigado a cumprir o macabro ofício.

Duas execuções foram realizadas no patíbulo de Areia – em 1847, a do negro Marçal, escravo de Manoel Gomes da Cunha Lima, senhor do engenho Jussara e de Novo Mundo, por haver atacado e ferido seu senhor quando este açoitava sua esposa e a de Antonio José das Virgens, vulgo Beiju, a 8 de maio de 1861, acusado de assassínio do Dr. Trajano Augusto de Holanda Chacon.

Em “Resumos de Livros”, outro texto da Prefeitura Municipal de Areia, o autor diz que “não se perdoa os areenses a ausência de um marco histórico a assinalar o sítio funesto dos homicídios”. Nesse mesmo texto ele relata que quando perguntado a Marçal, qual seu último desejo, o mesmo, pediu doce com queixo e que na hora do enforcamento ele mesmo pulou para morte e antes soltando impropérios as autoridades presentes. Era o protesto de um revoltado, que fora condenado a morte porque defendeu sua esposa, também escrava.

Particularmente, apesar desse fato ser histórico, eu não vejo nele nada que faça com que os filhos de Areia possam se sentir enaltecidos ou orgulhosos. Portanto, não concordo com o autor quando ele frisa o fato de não se perdoar os areenses a ausência de um marco histórico a assinalar o sítio funesto de tais homicídios.

... Até quando ó Soberano, santo e verdadeiro... (Apocalipse 6:10).
Apenas como ilustração, postamos abaixo as imagens do Antigo Grupo Alvaro Machado, hoje Colégio Estadual de Areia, assim como também postamos o prédio onde funciona atualmente o Grupo Álvaro Machado.



FACHADA DO ATUAL GRUPO ALVARO MACHADO
FACHADA DO ATUAL COLÉGIO ESTADUAL DE AREIA

LOCAL ONDE FUNCIONOU A FORCA PARA EXECUÇÕES


ACRÓSTICO


Acróstico é uma composição em verso, onde as primeiras letras de cada frase se tornam uma palavra na vertical.
Exemplo:

JESUS
ESPERA
SOLIDARIEDADE
UNIFICADA DE TODOS OS
SERES HUMANOSAS

Pois bem, é com orgulho santo, que publico neste cantinho, um acróstico feito pelo meu amado e querido irmão o major Edmundo Alves, um dos mais felizes e orgulhosos filhos da terrinha brejeira.
Do seu próprio punho, Edmundo fez e me dedicou o seguinte acróstico que transcrevo aqui com muita emoção:
Espirituosa servidora do Senhor!
Líder no seio familiar.
Irmã, és semente de amor!
Solícita, és com tuas filhas
Alento ao esposo doas, reconhece seu valor
Bondosa mulher, aos necessitados o pão partilha
Exultante, louvores ao PAI cantarás
Tempera de mulher aguerrida
Extensa seja tua vida, e na graça de Deus te renovarás.
Obrigada mano! Você não imagina como fiquei feliz ao receber este acróstico... Saiba que o admiro muito como poeta, como músico, como geógrafo, como maestro, major... Mas, principalmente, o admiro como pessoa. Bom filho, irmão, pai, avô, amigo e tio. A prova disso é o grande amor que suas sobrinhas tem por você. Realmente, você é especial, e receber esta surpresa, fez o meu coração tremer. Tomara que a gente continue assim, sempre trocando gestos de amizade e consideração. Acho que podemos viver sempre assim, distribuindo palavras amigas e fazendo com que o amor se espalhe pelo mundo. Palavras são sementes, impregnadas de vibrações. Por isso, não devemos perder nenhuma oportunidade de manifestar bons sentimentos.
Beijos e amo você!!!

ENGENHOS DE RAPADURA

Segundo Informação e Cultura Gastronômica do Correio Gourmand, no Brasil os engenhos de rapadura existem desde o século 17, ou talvez antes. Os engenhos de rapadura eram pequenos e rudimentares. Possuíam apenas a moenda, a fábrica, onde ficavam as fornalhas, e as plantações de cana que, normalmente, dividiam o espaço com outros tipos de cultura de subsistência.

A cana usada para fabricar a rapadura no Brasil, até o século 19, era a crioula. Surgiu depois a caiana, mais resistente a pragas, aparecendo, posteriormente, diversas variedades, como a cana rosa, fita, bambu, carangola, cabocla, preta, entre outras.Os grandes engenhos também fabricavam rapadura, mas não para fins comerciais. O produto era utilizado apenas para consumo dos habitantes locais.

Rapadura é o caldo de cana aquecido e posteriormente resfriado dando origem a uma massa solidificada, devido a grande quantidade de cristais formados, e moldada em formas de madeira.
A fabricação da rapadura teve início no século 16, nas Canárias, ilhas espanholas do Oceano Atlântico e foi exportada para toda a América espanhola no século 17, época de grande expansão açucareira.

A rapadura originou-se da raspagem das camadas (crostas) de açúcar que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar. O mel resultante era aquecido e colocado em formas semelhante às de tijolos.

No início, as moendas eram de madeira, movidas a água (onde havia abundância do líquido) ou tração animal (cavalos e bois). No século 19, surgiram as moendas de ferro, usando-se ainda o mesmo tipo de tração. Depois os engenhos evoluíram passando a ser movidos a vapor, óleo diesel e finalmente a eletricidade.

Por ter um mercado reduzido, em comparação com o do açúcar, a produção tinha um caráter regional, não sendo necessária a sofisticação exigida para fabricar o açúcar que era exportado. Até hoje produz-se rapadura no Brasil com métodos e técnicas rudimentares. Não houve a introdução de inovações no processo produtivo nem diversificação de produtos. A grande maioria dos engenhos continua produzindo rapadura em tabletes de 400g a 500g que são comercializados nas regiões próximas das áreas produtoras.

No Nordeste do Brasil, os engenhos de rapadura em atividade são, na sua maioria, unidades antigas, com vários anos de existência. Sua produção é sazonal, feita em geral nos meses de julho a dezembro, ou seja, no período de estiagem no Agreste e Sertão. Os Estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba são os maiores produtores, existindo também produção significativa nos Estados do Piauí, Alagoas e Bahia.

Em toda a sua zona rural, Areia possui diversos engenhos de cana-de-açúcar que fabricam cachaça de ótima qualidade, rapadura, mel e o açúcar mascavo. Na época da moagem, os turistas podem acompanhar todo o processo de produção dos engenhos.Esta é outra grande lembrança que trago da minha terra querida. Nos anos 60, eu lembro que meu pai era um dos comerciantes da “cachaça”, por sinal de ótima qualidade fornecida por seu Elídio, dono do Engenho Boa Vista. Empresário no ramo da cana de açúcar, seu Elídio fornecia seus produtos em toda região do brejo paraibano e meu pai era um dos seus compradores. Eu lembro-me ainda que além de suas transações comerciais eles ainda eram grandes amigos e essa amizade se estendeu de maneira tal, que ainda hoje perdura entre eu e suas filhas Clenice e Nilda.

O tempo passou, mas, os engenhos não desapareceram do Brejo Paraibano, uma vez que está marcada pela tradição do cultivo e processamento da cana-de-açúcar. A manutenção de hábitos, costumes e tradições seculares, em termos de produção, não sucumbiu, ao contrário, essa tradição produtiva vem persistindo na região areiense por quase dois séculos e meio.

Não sei se o Engenho Boa Vista, continua fabricando e vendendo seus produtos, outros, porém o fazem e com muito sucesso. De maneira, que postarei logo abaixo alguns desses engenhos para que possamos nos inteirar com mais precisão de suas existências.

"Engenho Boa Vista"
"Engenho Carro"


"Engenho Cachoeira"


"Engenho Mazagão"

"Engenho Quati"



"Engenho Jardim"

"Engenho Angicos"

O HIDRO MOTOR SALVIANO

Numa das folhas do Jornal Tribuna do Planalto datado de 06 de setembro de 2007, lê-se o seguinte: Pouca gente sabe, mas a invenção do rádio, da televisão e do telefone sem fio teve a contribuição fundamental de um brasileiro. Foi o padre Roberto Landell de Moura, um gaúcho de Porto Alegre, que realizou a primeira radiotransmissão registrada na história. Isso significa que ele foi o primeiro a conseguir a façanha de transmitir ondas sem o auxílio de fios, entre dois pontos distintos. O feito aconteceu em São Paulo, entre um ponto elevado da Avenida Paulista e o morro de Sant'Ana.Padre Landell, no entanto, figura na história não-oficial da invenção de aparelhos de transmissão por ondas. Isto porque, mesmo tendo feito experiências bem-sucedidas antes de qualquer outro cientista, foi um italiano – Guglielmo Marconi – quem patenteou o primeiro invento do tipo. Em 1896, Marconi registra a descoberta o telégrafo sem fio.
A genialidade de Landell, entretanto, não ficou apagada. Em 1901, o brasileiro registrou a patente de um aparelho destinado à transmissão fonética à distância, com ou sem fio, através do espaço, da terra e da água. Em seus estudos nos Estados Unidos, conseguiu outras três patentes: transmissor de ondas, telefone sem fio e telégrafo sem fio, todas em 1904. No mesmo ano ele faz descobertas decisivas na transmissão de imagens à distância, o que viria a culminar mais tarde na invenção da televisão.
A Idade Média já havia ficado para trás, mas mesmo assim Padre Landell sofreu perseguições de grupos católicos que o consideravam herege. A população de São Paulo, onde ele realizava seus experimentos, não admitia seu envolvimento com o mundo científico. Acusavam-no de trabalhar com forças malignas e, certa vez, chegaram a destruir os aparelhos de seu laboratório. Mesmo assim, o cientista não admitia tons supersticiosos nas idéias e teorias que formulava.Até mesmo no gabinete presidencial houve muito preconceito às idéias de Landell. Durante a conversa com o secretário do presidente, o cientista comentou que, no futuro, sua invenção seria usada para transmitir mensagens entre naves situadas em planetas diferentes. O secretário tratou de dispensar o padre e, ao presidente, limitou-se a escrever um bilhete dizendo que o inventor era ‘louco’.
Talvez você esteja se perguntando o “Por que” desse texto em “Trilhas de Areia”. Mas, é exatamente por que um outro texto produzidos por “Tendência” da Prefeitura Municipal de Areia, fala do “HIDRO – MOTOR SALVIANO”, texto que me chamou bastante atenção e ao mesmo tempo deixou-me um tanto indignada.
O texto fala de um areiense, Antonio Salviano de Figueiredo criador de um aparelho que revolucionou o mundo da mecânica no país. Após 10 anos de trabalho perseverante, sem os recursos da moderna tecnologia, Antonio Salviano, apresentou seu Hidro-Motor, cujo objetivo era o aproveitamento das ondas do mar. Era de fato uma conquista admirável do gênio, da capacidade de investigação e estudo, de um homem que arrastou todas as dificuldades, inclusive a indiferença do meio em que viveu. O princípio de seu invento era a transformação do movimento oscilatório das ondas em movimento rotatório, sempre no mesmo sentido.O Hidro – Motor Salviano foi levado para o Rio de Janeiro onde as experiências realizadas alcançaram sucesso chegando mesmo a interessar ao Governo Federal sua utilização. Entretanto esse entusiasmo teve pouca duração e logo, por falta de apoio dos poderes públicos, o notável invento foi relegado ao esquecimento.
Gente! Pelo amor de Deus, confesso que este texto, me deixou triste. É inadimissível que uma terra de tantos homens ilustres tenha permitido que um caso dessa natureza acontecesse.
Voltemos agora para o caso do Padre Landell. Ainda na mesma folha "Jornal Tribuna do Plananto", lê-se que, embora faltasse incentivo financeiro para os inventos do Padre Landell, algumas de suas descobertas foram colocadas em prática. Em 1905, a Marinha de Guerra do Brasil realizou experiências com a telegrafia na embarcação Aquidabã. Foram usados aparelhos patenteados no Brasil em 1901 e nos Estados Unidos em 1904. Além disso, Padre Landell é reconhecido hoje como o patrono dos radioamadores brasileiros, por ter sido o primeiro a realizar este tipo de transmissão.
Todo o brilhantismo do cientista brasileiro foi relegado à crueldade da História, que o fez cair no esquecimento. Talvez por isso ele tenha se desmotivado e decidido dedicar-se exclusivamente à vida religiosa. Em 1908 ele volta a Porto Alegre para dirigir as paróquias do Menino Deus, da Glória e Nossa Senhora do Rosário. Em 1927, foi elevado a Monsenhor pelo Vaticano. Morreu um ano depois, no anonimato, e sua obra até hoje é pouco conhecida.
Ironicamente, em Portugal existe uma fundação educacional com o seu nome, dirigida pelo radioamador Arnaldo Nascimento. Em 1982, em comemoração aos 482 anos da primeira missa rezada no Brasil, à época do descobrimento, Nascimento transmitiu os agradecimentos, via rádio, àquele que possibilitou que sua mensagem fosse ouvida hoje pelos quatro cantos do mundo.
Menos mal, não é mesmo? O caso, "HIDRO – MOTOR SALVIANO”, foi muito pior.

sábado, 22 de agosto de 2009

AREIA ENTERRA MONSENHOR RUY VIEIRA



É como o coração cheio de pezar que abro este cantinho, para registrar a notícia do sepultamento do inesquecível Padre Ruy Vieira. Em se tratando, porém, de trilhas da minha terra, eu não poderia deixar de reservar este cantinho para o registro embora triste deste episódio, que posteriormente servirá apenas como recordação do grande servo do Senhor que Padre Ruy foi um dia.



Assim sendo, transcrevo o artigo datado de 09.04.2008 da folha brejo.com. em toda a sua íntegra, conforme se lê abaixo:



Sob emoção, população de Areia enterra Monsenhor Rui Vieira


O sepultamento do Monsenhor Rui Vieira, falecido na madrugada desta quarta-feira (9) em João Pessoa, aconteceu no final da tarde desta quarta-feira na cidade de Areia, no Brejo paraibano.

O Monsenhor Rui Vieira, trabalhou como religioso e educador por quase 50 anos. Padre Rui, como era mais conhecido, atuou como professor de ensino secundário e superior em Areia, ajudando aquela cidade a se transformar em referência no campo educacional para toda a Paraíba e o Nordeste.

O corpo do monsenhor Rui Vieira foi velado na Igreja do Carmo, ao lado do Palácio do Bispo, no Centro da Capital. Ele tinha 87 anos.

O seu sepultamento reuniu caravanas de diversos lugares da Paraíba.
E foi com grande comoção que Areia depositou o corpo do amado e inesquecível Padre Ruy, num ambiente reservado com todo aparato e respeito no solo da Matriz de Areia.
Ao Padre Ruy, saudades eternas!

MUSEU REGIONAL DE AREIA



Esta é a Casa Paroquial!
















O Museu Regional de Areia é uma realização do incansável Mons. Ruy Barreira Vieira, ex-vigário da cidade, um entusiasta admirador das tradições da terra.

Cearense de nascimento, mas paraibano de coração, Padre Ruy atuou em diversos campos, destacando-se com as suas obras na esfera eclesiástica, educacional, social e cultural. Nascido em 24 de julho, de 1921, na cidade cearense de Jaguaribe e filho de pai paraibano, veio morar na Paraíba com apenas dois meses de idade, na cidade de Itaporanga. Em 1932, foi morar na cidade de Picuí e, dois anos depois, no dia 4 de fevereiro de 1934, ingressou no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde recebeu a batina e iniciou sua formação sacerdotal. Trabalhou em várias cidades, mas, foi na cidade de Areia onde deixou seu maior legado.

Preocupado com a formação escolar da população, Padre Ruy fundou várias escolas na cidade de Areia reunindo-as, posteriormente, no Grupo Escolar Carlota Barreira, em homenagem à sua mãe. Hoje, o grupo atende a mais de 2.000 alunos do primeiro ao segundo graus. Padre Ruy também fundou o Artesanato Dom Adauto para formação profissional dos jovens do município. Nesse artesanato eu aprendi muito em termos de artes manuais, como por exemplo: Crochê, tricô, bordados, tapeçaria etc. Ali também funcionavam cursos de tipografia, marcenaria, mecânica e sapataria.

Entre suas obras no setor social destacam-se a construção de cinco centros sociais rurais e seis centros sociais urbanos. Ele também fundou a Creche Carminha Sousa e o Albergue Pedro Semeão, voltado para o idoso, e ainda realizou as Semanas Ruralistas.

Padre Ruy foi membro do Instituto de Genealogia e Heráldica e da Academia de Letras de Campina Grande e ainda foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.

A cultura paraibana também recebeu de Padre Ruy tratamento e contribuição especiais. Num prédio contíguo à casa paroquial, com esforço e muita paciência ele organizou o Museu Regional, que guarda e resgata momentos importantes da história da Paraíba, com acervo de documentos históricos, quadros, objetos de uso pessoal e familiar, entre outros. No pavimento inferior há um amplo e moderno auditório e no superior a Biblioteca Ministro José Américo de Almeida com suas estantes repletas, que ostentam os nomes de personalidades ilustres na história de Areia. Em seguida vem o Museu com seu acervo de grande valor histórico, artístico, cultural e científico, pois apresentam, com impressionante versatilidade, vários setores onde se encontram presentes a Antropologia Cultural e Física, as Artes Gráficas, a Armaria, as Artes Plástica, a Iconografia, a Mineralogia, a Paleontologia, além de maquinaria, vidros, cristais, opalinas, mobiliário e objetos de uso diverso. Lá se encontrava o Trono Episcopal (João Pessoa) ricamente trabalhado e perfeitamente conservado, o berço do líder abolicionista Manoel da Silva, seu diploma de farmacêutico, a maleta de Pedro Américo que ainda conserva as estiquetas européias, testemunha de suas viagens, fotografias de imenso valor histórico inclusive da imemorável gameleira em todo se apogeu, das ruas da cidade com sua arquitetura original, personalidades ilustres, bandas de música já extintas, etc. O Museu Regional é um empreendimento digno de ser admirado, cujo patrimônio deve ser preservado a todo custo e se possível ampliado, como fonte de pesquisa e exemplo de civismo.

Durante toda a minha vida em Areia, Padre Ruy foi o meu orientador espiritual. Escolhido por Deus para o ministério sacerdotal, desempenhou com muita dignidade, respeito, amor ao próximo e amor a Deus, a tarefa colocada em suas mãos.

Tenho certeza que nos seus últimos dias de vida (coincidentemente, muito perto de mim aqui no Bessa em João Pessoa), ele teve tempo suficiente para refletir, e, como o apóstolo Paulo assim dizer: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia"(II Tm.4:7-8).
E como desígnio de Deus, Padre Ruy parte para sua morada celestial, aos 87 anos de idade, conforme postagem acima... É isso ai! Padre Ruy, foi um homem de Deus e deixou aos filhos de Areia o legado de um fruto permanente de amor e bênçãos.