segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

MULHER MACHO SIM SENHOR

A Bíblia trás uma história que sempre me chamou muita atenção. Esta história está registrada em II Reis 4:8-37 e dela poderíamos tirar várias lições. Eu, porém, me detenho apenas no fator fé da sunamita.
No texto, o nome dessa mulher não é mencionado, ela é apenas conhecida como “sunamita”, uma referência da cidade de Suném onde morava com seu marido. Suném quer dizer, lugar de repouso, localizada a sudeste do mar da Galiléia entre os montes Gilboa e Tabor, na planície de Jezreel, herança da tribo de Isaacar.
Naquele tempo, o profeta Eliseu, exercia seu ministério por essas terras, e, na ocasião em que visitava a cidade de Suném, foi notado por esta mulher e seu marido que ao olharem para o profeta o identificaram como sendo um "Homem de Deus". Dessa maneira, além do pão diário que lhe ofereciam, esta mulher junto com o seu marido, ofereceram a Eliseu um pequeno quarto para que o mesmo estivesse descansando de suas viagens quando passasse por Suném. Em conseqüência da atitude da Sunamita e de seu esposo, o profeta agradecido, pergunta o que ele poderia fazer por ela. Seu moço, ou seja, seu serviçal, Geazi, percebe que apesar de muito rica, aquela mulher ainda não possuía filhos. Eliseu então a chama e cheio da autoridade dos céus, ministra sobre a mulher uma palavra profética, dizendo que dentro de um tempo determinado Deus estaria concedendo-lhe um filho. Pouco tempo depois, a Sunamita é agraciada com um filho conforme a profecia de Eliseu.
Decorrido alguns anos, o menino estava junto com o seu pai e os segadores quando começou a sentir fortes dores de cabeça. Alguns teólogos acreditam que pelo forte sol daquela região, talvez o menino tenha sido acometido de insolação. O fato é que imediatamente o pai do menino pediu a um moço que o levasse à sua mãe. Junto de sua mãe aquele menino morreu... É costume universal chorar e se desesperar quando se perde alguém. Mas, aquela mulher teve uma atitude que até então, eu não havia visto em ninguém. Ela sobe até o quarto do homem de Deus, deposita a criança em sua cama, reúne os empregados, prepara jumentas e sai a procura Eliseu.
Chegando ao Carmelo, Eliseu a avista de longe e manda Geazi perguntar se tudo estava bem com ela.“Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem com teu marido? Vai bem com o teu filho? E ela disse: Vai bem”II Reis 4: 26.
Muitas vezes agimos assim também: dizemos que tudo está bem quando na verdade não estamos bem. A Sunamita disse que tudo estava bem quando, na verdade, o seu filho estava morto.
Por que estou me reportando a este texto neste momento? Por que neste momento, existe uma mulher, areense, mulher guerreira, que luta dia após dia por um fio de vida. Quando olhamos para ela, percebemos muita dor e muito sofrimento num misto de alegria quando nos ver ao seu lado, e saudade... Reconhecimento de quem está prestes a fazer uma viagem sem volta.

Trata-se da minha tia Luzia Alves. Tia Ló, como a chamamos. Areense, de pequena estatura, mas de coração generoso... Mulher guerreira... Mulher corajosa(como dizem de nós as nordestinas), “MULHER MACHO SIM SENHOR!” Que não se intimida diante das dificuldades, mulher lutadora... Mulher mãe... Mulher que mesmo em meio a adversidade, tem a força e a bravura para dizer: Eu estou bem.
Como a sunamita, minha tia sabe que os que estão ao seu redor não tem condição de resolver o seu problema. Nenhum de nós tem o poder de suavizar a sua dor, por isso, sempre que questionada sobre seu estado de saúde ela responde que está bem. Creio eu, no entanto, que no silêncio de suas noites mal dormidas, ela fala com aquele que pode todas as coisas... Que entra onde o homem não pode entrar e que disse: Eu sou o que vivo; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre! e tenho as chaves da morte e do inferno (Apocalipse 1:18).

E ali sozinha, no mais amargo de sua dor, ela suplica e exclama: SENHOR, EU NÃO ESTOU BEM... Sara minhas feridas... Faz um milagre em mim!
À você, tia Ló, o meu muito obrigada, pelo exemplo de coragem, determinação e amor, que está deixando para cada um de nós!
Sua Beba.

Um comentário:

Edmundo disse...

E verdade mana,nossa tia é um exemplo de amor a vida,se mostra resistente,mesmo com o corpo dolorido pelas feridas que lhe corroi internamente,não olha para os que a cercam com lágrimas nos olhos. Sempre rogo a Deus nas minhas curtas orações que conforte as suas filhas que sofrem tbm ao seu derredor, vendo e convivendo com o sofrimento de sua amada mãe, sem encontrar lenitivo para aquele mal! Deus, tenha misericordia de tia LÒ!!